Certa vez a turma da Reabilitação do Instituto Hélio Góes,
junto com uma turma 6º. Semestre de Jornalismo da UFC fizeram uma Oficina, o
tema era Radiodifusão. Foram feitas algumas dinâmicas e depois algumas
perguntas.
Uma das perguntas era:
- Onde você gostaria de estar nesse exato momento?
A maioria das respostas, inclusive eu respondi:
- Gostaria de estar numa praia ao lado de uma pessoa que se
ama, ou alguém querido da família.
Foram poucos os que responderam: Ouvir uma música, uma
viagem...
O último a falar foi o professor de Informática Paulo
Roberto. Ele respondeu assim:
-Nesse exato momento
eu não queria ir para lugar nenhum pois estou no lugar que gosto, o meu
trabalho.
E acrescentou:
- Nós temos que ter um equilíbrio sentimental, emocional,
laborial e financeiro. Muitas vezes estamos de frente para o mar com o coração
tão angustiado que nem percebemos a beleza da Natureza que nos rodeia.
Veio outra pergunta o que é Certo ou Errado?
Hoje amanheci lembrando dessa aula.
Será que o nosso Certo está de acordo com o das pessoas que
nos rodeiam. E o Errado?
Algumas convicções temos que abafar ou então seremos
duramente criticados porque o nosso Certo está Errado.
Ah como seria bom vivermos numa Sociedade corretamente equilibrada.
E não veríamos as questões das diferenças políticas, sociais, étnicas,
culturais, religiosas.
A arrogância, a soberba domina nas classes políticas
sociais. O preconceito se manifesta veladamente ou é acintosamente declarado
nas etnias, nas deficiências físicas e intelectuais. A mulher, a criança, o
negro, o gay, o evangélico, o ambientalista, os índios, os que moram em
favelas, os nordestinos, a prostituta, o pobre, o morador de rua, são os alvos
da marginalização.
Vi um vídeo na internet e depois assisti no Programa Encontro
da Fátima Bernardes o ocorrido com uma jovem que foi duramente espancada por
ser considerada a mais bonita de sua turma.
Quando se levanta uma bandeira sobre determinados assuntos
como: virgindade, homossexualismo, menores infratores, temos que ter além de
bons argumentos uma boa dose de equilíbrio ao ver pessoas que se dizem teus
“amigos” pisotearem e incendiarem tua bandeira, ou talvez, chamarem a polícia
por baderna.
- Desde o começo dos tempos existe mulher que trai o marido,
moça que engravida, padre que namora e homem que desmunheca.
Onde iremos encontrar essa manifestação de equilíbrio no
trabalho, na faculdade, nas comunidades que vivemos? Por que é tão difícil para as pessoas viver
em harmonia consigo mesmo e contrabalançar as diferenças do outro.
Outro dia vi um jovem dentro de um coletivo cantando em voz
alta, em inglês. Depois ele ligou para alguém e ficou falando em inglês,
desligou e continuou a cantar em inglês.
Esse jovem não tinha nenhuma característica física ou nas vestimentas
que fosse estrangeiro. As pessoas balançavam as cabeças outras diziam coisas
tipo assim: - Além dessa lotação ainda tem esse doido cantando alto sem a gente
entender uma palavra que ele diz. Quando ele se levantou para descer do
coletivo eu vi um homem esmurrando o ar a ponto de pegar aquele jovem pela gola
da sua camiseta e esmurrá-lo.
E aí é Certo nos irritarmos porque um jovem canta e fala em
inglês ou é Errado escutarmos pacificamente sem demonstrar nenhuma reação contrária
a atitude daquele jovem? No meu caso eu tive vontade dar uma boa gargalhada,
mais seria Certo? Um jovem falando em inglês e uma mulher madura as gargalhadas
dentro de um ônibus lotado por pessoas suadas, mal humoradas e outras
apressadas para chegarem em seu destino?
Para encerrar acho que o Certo é como cantava nosso inesquecível Raul Seixas:
“Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela opinião formada sobre tudo”.
Fátima Silva
29/11/14
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