quarta-feira, 23 de setembro de 2015

A CARTA

Ela esta ali no meio de muitos
papéis, boletos, contas a pagar.
O envelope se destaca com
as cores verde e amarela.
Já li e reli várias vezes.
Cada vez que leio me assusto.
As letras dançam  diante dos meus olhos
marejados de lágrimas.
Há quanto tempo não se escreve cartas?
E as redes socais, com seus bate papos, o celular e wahtSapp?
Voltei a ler a carta, estava lá escrito em letras legíveis
o fim de um sonho, de um amor, com juras de ser eterno.
Uma lágrima caiu e borrou algumas letras.
Lendo agora a carta manchada, ela perdia
o significado de muitas coisas.
Num movimento súbito e de alívio.
Joguei a carta dentro de um copo com água.
Vi a água desmanchando as letras, o papel
antes amarrotado.
Se tornando numa massa disforme azulada.
A carta era o fim de um sonho.
Olhando o copo com água, enxuguei as lágrimas e,
dei um suspiro ao sentir naquele gesto.
A alma lavada dos sentimentos frágeis e inseguros.
om um simples copo com água,
Fátima Silva
14/09/15

terça-feira, 22 de setembro de 2015

O OLHAR QUANDO É CEGO


NÃO PERDE AS PAISAGENS DO CORAÇÃO
O AMOR QUE VEM ILUMINADO DO EGO
NÃO LIMITA O ALCANCE DA VISÃO
OS OUVIDOS QUE NÃO CAPTAM SONS
SÃO ESTIMULADOS PELA SONORIDADE DO VIVER
OS QUE APRENDEM LIBRAS COMO NOVOS DONS
ESCUTAM A VIDA COM A MELODIA DO SER
AS RODAS QUE VIRAM PERNAS A SE MOVER
TAMBÉM ENCONTRAM OS CAMINHOS PARA TRILHAR
ESPERANÇA ELAS TEM DE PODER COMOVER
AQUELES SEM LIMITAÇÕES PARA ANDAR
AS MENTES QUE TRABALHAM COM PLENITUDE
SEM NENHUMA DEFICIÊNCIA NO INTELECTO
PRECISAM DAR CARINHO COM ATITUDE
AOS QUE SÃO JULGADOS PELO ASPECTO
OS MUTILADOS QUE SORRIAM COM AMPUTAÇÕES
QUEREM MOSTRAR QUE OS MEMBROS QUE LHES FALTAM
SÃO OS BRAÇOS FORTES, PERNAS E TENDÕES
QUE OUTROS MOVIMENTOS DA ALMA ESMALTAM
AS BOLSAS EXCRETORAS QUE ESTÃO NAS CINTURAS
DEPENDEM MAIS DO OUTRO PRA SEREM ACESSÓRIOS
O PRECONCEITO É O MAIOR DEJETO QUE AS CRIATURAS
AINDA CARREGAM NOS OMBROS E SUSPENSÓRIOS
21 DE SETEMBRO É A NOSSA DATA PERFEITA
PARA QUE TODOS SE UNAM NESTA SEMEADURA
UM DIA CHEGARÁ COM A JUSTA COLHEITA
E TODA DEFICIÊNCIA ENCONTRARÁ UMA CURA.

Autor Paulo Roberto Cândido
Escritor, poeta, professor de Informática do Instituto Hélio Goes, membro da AMLEF-
Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza e presidente da ALASAC- Academia de Letras e Artes da Sociedade dee Assistência aos Cegos.

domingo, 20 de setembro de 2015

O RIACHO E A PEDRA


Eles são inseparáveis.
Dia e noite, com sol, com chuva.
Nas noites de luar ou completa escuridão.
Marés altas, baixas, ventos fortes ou calmarias
Ele, o Riacho, sempre levando
suas águas para o rio.
Muitas vezes faz uma parceria
com o vento então, os dois cantam, juntamente
com os pássaros.
Cantam em harmonia e as árvores balançam suas ramagens
deixando a Pedra extasiada diante de tão
belas declarações de amor.
O Riacho ternamente beija
sua amada Pedra com leves ondas de mornas águas.
A Pedra que parece impassível
pede as suas amigas árvores para
enfeitá-la com suas flores.
A Pedra envia também um recado
para o sol que derrame sobre ela
raios reluzentes.
A noite também eles fazem
um par perfeito, a lua com
cumplicidade espelha as águas
do Riacho sobre a Pedra.
De madrugada a Pedra abraçada
com o Riacho que transborda
águas sobre a relva..
São embalados pelos sons da natureza.
Então, Iara,
ressurge das águas do Riacho
e entoa seu canto sobre a Pedra que
geme de amor pelo Riacho.
Fátima Silva
Medalha de Ouro no Concurso de poesia promovido pela ALASAC
com o tema; ÁGUA
18/09/2015 

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