sábado, 31 de janeiro de 2015
REFLEXO
O encontro entre dois seres que se querem é feroz
quando se medem e se projetam,
quando tem a certeza que se amam
e se desejam.
Os amantes vivem das incertezas do dia-a-dia,
da rima do mar com o poente,
do brilho do sol e da lua,
dos versos de Vinícius e Pessoa.
Os amantes são seres assim:
um homem sem promessa,
uma mulher se despindo às pressas
e os dois jurando desejos sem pudores,
trocando carinhos, relembrando amores,
fazendo planos, oferecendo beijos secretos,
debulhando os anos, construindo datas,
palpitando dores,
vivendo o esplendor da vida
e querendo ser feliz
que nada mais importa!
Extraído do livro Águas do Tempo de Rejane Costa Barros
terça-feira, 27 de janeiro de 2015
GUERRA X PAZ
Algumas pessoas conhecidas me intitulam de "mulher guerreira".
Talvez por ter criado uma filha sem a presença do pai. Ou quem sabe, por ter enfrentado a cegueira por duas vezes.
Os chamados guerreiros sempre estão na linha de frente, principalmente nas crises do dia-a-dia.
Ao guerreiro é dado uma lança para atingir seus adversários, só que essa arma nunca pode ferir,é trocada por um sorriso cativante ou uma palavra de consolo.
A armadura do guerreiro são longos braços para abraçar e mãos para acariciar.
Sua cabeça tem que ser protegida por um capacete de sabedoria para aconselhar intervir em discussões e ser sempre apartidário em situações de conciliações.
Ao soar o clarim de uma trégua tem que sair a procura dos despojos, dos que ficaram caídos sem forças para caminhar e os feridos que esperam socorro e alento para seus gemidos de dores.
A guerra de ser mãe solteira e a cegueira são distintas porém, as duas levam a mesma vertente chamada: Preconceito.
Alguns dias atrás conversando com uma senhora, o assunto era sobre família, em dado momento ela perguntou:
- E seu marido?
Eu respondi:
- Sou solteira, não tenho marido.
A mulher desconcertada pediu desculpas e se calou; de mansinho foi conversar com uma mulher CASADA. Ela nem percebeu meus olhos marejados de lágrimas atrás dos meus óculos escuros.
Em 2011 vivi o drama de um diagnóstico onde teria que eviscerar meu olho direito. Devido a infecção sentia dores cruciais no maxilar, nos dentes, no ouvido e no olho. Travei uma grande batalha comigo mesmo para amenizar o sofrimento da minha família.
Hoje ao ver meus amigos que são eviscerados na Sociedade de Assistência aos Cegos, acho que fui dramática, pois lá estão eles felizes, uns escondem suas próteses atrás de lentes escuras outros enfrentam a situação com naturalidade e olhar vítreo.
Como diz o ditado popular: "estou no tempo das vacas gordas".
Tempo de Paz.
As guerras que me rodeiam não são minhas mais aqui acolá escuto bombas em minha volta.
Aprendi que nessas horas usa-se dois potentes argumentos: Ouvir e Silenciar.
Quando era criança era mais chorona que minhas duas irmãs.
Continuo chorona, as lágrimas só são perniciosas quando são para chantagear.
As lágrimas fazem parte do arsenal do guerreiro pois além de esvaziar as emoções transmitem doçura ao sofrimento alheio.
Fátima Silva
23.01.15
Talvez por ter criado uma filha sem a presença do pai. Ou quem sabe, por ter enfrentado a cegueira por duas vezes.
Os chamados guerreiros sempre estão na linha de frente, principalmente nas crises do dia-a-dia.
Ao guerreiro é dado uma lança para atingir seus adversários, só que essa arma nunca pode ferir,é trocada por um sorriso cativante ou uma palavra de consolo.
A armadura do guerreiro são longos braços para abraçar e mãos para acariciar.
Sua cabeça tem que ser protegida por um capacete de sabedoria para aconselhar intervir em discussões e ser sempre apartidário em situações de conciliações.
Ao soar o clarim de uma trégua tem que sair a procura dos despojos, dos que ficaram caídos sem forças para caminhar e os feridos que esperam socorro e alento para seus gemidos de dores.
A guerra de ser mãe solteira e a cegueira são distintas porém, as duas levam a mesma vertente chamada: Preconceito.
Alguns dias atrás conversando com uma senhora, o assunto era sobre família, em dado momento ela perguntou:
- E seu marido?
Eu respondi:
- Sou solteira, não tenho marido.
A mulher desconcertada pediu desculpas e se calou; de mansinho foi conversar com uma mulher CASADA. Ela nem percebeu meus olhos marejados de lágrimas atrás dos meus óculos escuros.
Em 2011 vivi o drama de um diagnóstico onde teria que eviscerar meu olho direito. Devido a infecção sentia dores cruciais no maxilar, nos dentes, no ouvido e no olho. Travei uma grande batalha comigo mesmo para amenizar o sofrimento da minha família.
Hoje ao ver meus amigos que são eviscerados na Sociedade de Assistência aos Cegos, acho que fui dramática, pois lá estão eles felizes, uns escondem suas próteses atrás de lentes escuras outros enfrentam a situação com naturalidade e olhar vítreo.
Como diz o ditado popular: "estou no tempo das vacas gordas".
Tempo de Paz.
As guerras que me rodeiam não são minhas mais aqui acolá escuto bombas em minha volta.
Aprendi que nessas horas usa-se dois potentes argumentos: Ouvir e Silenciar.
Quando era criança era mais chorona que minhas duas irmãs.
Continuo chorona, as lágrimas só são perniciosas quando são para chantagear.
As lágrimas fazem parte do arsenal do guerreiro pois além de esvaziar as emoções transmitem doçura ao sofrimento alheio.
Fátima Silva
23.01.15
quarta-feira, 21 de janeiro de 2015
EPITÁFIO
Digam que roubei,
Que até matei
Mas não esqueçam de dizer
Que tive a infância massacrada
Que fui torturado
Espancado
De todas as formas possíveis.
Que vivi preso feito bicho
A vida toda
Em jaulas de concreto e ferro duro.
Que também me roubaram
Assaltaram
E me mataram
De muitas mortes
Eu é que fui teimoso
Em sobreviver.
Extraído do livro DESCONFORTO do escritor paulista Luiz Alberto Mendes Junior.
É
também autor de MEMÓRIAS DE UM SOBREVIVENTE, TESÃO E PRAZER- MEMÓRIAS ERÓTICAS DE UM PRISIONEIRO, ÀS CEGAS E CELA FORTE.
Colunista da Revista Trip.
terça-feira, 20 de janeiro de 2015
AS MALAS DA EXISTÊNCIA
Observando as minhas bagagens existenciais, descobri que há cada
passagem de ano, até os dias de hoje, acostumei a trocar de malas e não
de conteúdos.
Desde que me entendo como gente que pensa, venho trazendo nas malas
da existência, muita coisa velha e sem nenhum valor nos tempos de agora.
É uma tralha aqui outra acolá, uma inutilidade daqui outra de alhures,
uma memória passada e repassada à limpo, sem alcançar a limpeza da alma.
Enfim, uma porção de coisas e sensações que já deviam ter ficado para
trás e não ser colocadas mais nas malas de ano novo.
Viajando com maior intensidade, vamos aprendendo a diminuir a
bagagem e muita roupa ou acessório vai voltando sem ter uso, assim, ao
invés de levarmos vestuário para as suposições, vamos levando só aquilo
que realmente usaremos nas ocasiões. É a prática sem muita pressão da
teoria.
Malas vão, malas vem e eu resolvi que nesse ano começarei a
organizar melhor minha bagagem existencial. Aquilo que está roto, doarei
para quem nem o roto tem, aquilo que ponho muito valor sem merecer, lhe
darei o real valor, o que precisa ser substituído para ter mais leveza,
o farei, o que vem se repetindo ao longo do tempo, se for bom,
continuarei, se não for bom, transformarei. Cada peça será avaliada com
olhar de alfândega, o que passar da cota permitida será apreendido e
repreendido. Nada de mala nova com bagagem velha e conteúdo vazio. Só
vou querer conteúdo cheio de sentido.
Mas o que devo fazer com os meus apegos? Os apegados parecem fazer
parte do que somos; Será? De qualquer forma, iniciarei uma triagem para
avaliar as necessidades de me desapegar daquilo que não interessa para a
minha luminosidade interior e para a luz ao meu redor. Com essa
iniciativa, talvez reduza bastante o peso das malas que venho carregando
ano após ano. Quanto mais leve for a nossa mala existencial, mais
pesados são os bons sentimentos que nela pomos.
Toda a simbologia com malas e bagagens que aqui utilizei, na
verdade,
quer alertar a população de que a grande viagem para a felicidade
eterna, carece de bagagem que compensa, que é aquela em que colocamos o
pouco que precisamos e o muito que acreditamos. De nada valem as porções
se elas não forem valorizadas pela necessidade e pela credibilidade.
Quem muito tem precisa acreditar que pode socializar o que tem, quem
nada tem precisa crer na providência que vem. Quando as necessidades se
encontram, a viagem da vida fica mais confortável e prazerosa. Esta
confusa filosofia se esclarece facilmente, quando lembramos do Cazuza
que cantou um dia: "Sua piscina está cheia de ratos, suas ideias não
correspondem aos fatos", que significa que a primeira coisa que devemos
retirar da mala é a hipocrisia.
Que a partir de 2015, nossas bagagens existenciais sejam melhores
arrumadas e que deixemos para trás tudo aquilo que é supérfluo,
mortífero, infrutífero, inócuo, inerte, dispensável e falso.
passagem de ano, até os dias de hoje, acostumei a trocar de malas e não
de conteúdos.
Desde que me entendo como gente que pensa, venho trazendo nas malas
da existência, muita coisa velha e sem nenhum valor nos tempos de agora.
É uma tralha aqui outra acolá, uma inutilidade daqui outra de alhures,
uma memória passada e repassada à limpo, sem alcançar a limpeza da alma.
Enfim, uma porção de coisas e sensações que já deviam ter ficado para
trás e não ser colocadas mais nas malas de ano novo.
Viajando com maior intensidade, vamos aprendendo a diminuir a
bagagem e muita roupa ou acessório vai voltando sem ter uso, assim, ao
invés de levarmos vestuário para as suposições, vamos levando só aquilo
que realmente usaremos nas ocasiões. É a prática sem muita pressão da
teoria.
Malas vão, malas vem e eu resolvi que nesse ano começarei a
organizar melhor minha bagagem existencial. Aquilo que está roto, doarei
para quem nem o roto tem, aquilo que ponho muito valor sem merecer, lhe
darei o real valor, o que precisa ser substituído para ter mais leveza,
o farei, o que vem se repetindo ao longo do tempo, se for bom,
continuarei, se não for bom, transformarei. Cada peça será avaliada com
olhar de alfândega, o que passar da cota permitida será apreendido e
repreendido. Nada de mala nova com bagagem velha e conteúdo vazio. Só
vou querer conteúdo cheio de sentido.
Mas o que devo fazer com os meus apegos? Os apegados parecem fazer
parte do que somos; Será? De qualquer forma, iniciarei uma triagem para
avaliar as necessidades de me desapegar daquilo que não interessa para a
minha luminosidade interior e para a luz ao meu redor. Com essa
iniciativa, talvez reduza bastante o peso das malas que venho carregando
ano após ano. Quanto mais leve for a nossa mala existencial, mais
pesados são os bons sentimentos que nela pomos.
Toda a simbologia com malas e bagagens que aqui utilizei, na
verdade,
quer alertar a população de que a grande viagem para a felicidade
eterna, carece de bagagem que compensa, que é aquela em que colocamos o
pouco que precisamos e o muito que acreditamos. De nada valem as porções
se elas não forem valorizadas pela necessidade e pela credibilidade.
Quem muito tem precisa acreditar que pode socializar o que tem, quem
nada tem precisa crer na providência que vem. Quando as necessidades se
encontram, a viagem da vida fica mais confortável e prazerosa. Esta
confusa filosofia se esclarece facilmente, quando lembramos do Cazuza
que cantou um dia: "Sua piscina está cheia de ratos, suas ideias não
correspondem aos fatos", que significa que a primeira coisa que devemos
retirar da mala é a hipocrisia.
Que a partir de 2015, nossas bagagens existenciais sejam melhores
arrumadas e que deixemos para trás tudo aquilo que é supérfluo,
mortífero, infrutífero, inócuo, inerte, dispensável e falso.
Feliz viagem 2015!
Paulo Roberto Cândido
Membro da Academia Metropolitana de Fortaleza- AMLEF e
Presidente da Academia de Letras e Artes da Sociedade de Assistência aos Cegos-ALASAC
sábado, 17 de janeiro de 2015
ONDAS DE POESIA
O POETA É UM FINGIDOR
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
Fernando Pessoa
SIMULTANEIDADE
Eu amo o mundo! Eu detesto o mundo!
Eu creio em Deus! Deus é um absurdo!
Eu vou me matar!
Eu quero viver!
Você é louco?
Não, sou poeta.
Mário Quintana
ONDA
Encostei-me a ti, sabendo que eras somente onda.
Sabendo bem que eras nuvem, depus a minha vida
em ti.
Como sabia bem tudo isso, e dei-me ao teu destino,
frágil.
Fiquei sem poder chorar quando caí.
Cecília Meireles
Extraído do livro ONDAS AGITADAS do escritor e poeta Gonzaga Mota
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
Fernando Pessoa
SIMULTANEIDADE
Eu amo o mundo! Eu detesto o mundo!
Eu creio em Deus! Deus é um absurdo!
Eu vou me matar!
Eu quero viver!
Você é louco?
Não, sou poeta.
Mário Quintana
ONDA
Encostei-me a ti, sabendo que eras somente onda.
Sabendo bem que eras nuvem, depus a minha vida
em ti.
Como sabia bem tudo isso, e dei-me ao teu destino,
frágil.
Fiquei sem poder chorar quando caí.
Cecília Meireles
Extraído do livro ONDAS AGITADAS do escritor e poeta Gonzaga Mota
segunda-feira, 12 de janeiro de 2015
A FUGA
Na diminuta sala de visitas se vê somente duas máquinas de costura.
Uma jovem de olhar sonhador pedala com vigor da juventude, sentada em um tamborete.
Bordados em cores acetinadas vão tomando forma onde foi riscado rosas e suas folhas.
Enquanto a outra, mais velha, mantém um olhar de vigilante para a janela.
Um rapaz alto de cabeleira untada de brilhantina com voz empostada diz:
- Boa tarde dona Mazé.
E com um piscar no olhar meloso acrescenta:
- Boa tarde Dorinha.
A mulher se levanta com o dedo em riste e fala alto:
- Olha aqui "seu" Alfredo isso não são horas de namorar, minha filha é moça de família.
A moça fica rubra, balbucia algumas palavras enquanto o jovem franze a testa e fazendo
tipo de galã, faz um aceno com a cabeça. Risca um fósforo para acender o cigarro, dá uma rápida olhadela para trás e vê Dorinha de cabeça baixa, talvez chorando.
A noite duas cadeiras são trazidas para calçada, o casal sentados de mãos dadas falam baixinho sobre o olhar vigilante de dona Mazé e a criançada da rua que brinca de ciranda sobre a iluminação fraca e o luar prateado.
Alguns dias depois Dorinha fala para a mãe:
- Hoje vou lavar minhas roupas e a tarde vou engomar.
A mãe olha de soslaio para a filha que se dirige para o quintal com a trouxa de roupas, sente um arrepio, mais tem muito o que bordar, pois tem dia e hora para entrega.
A noite as duas cadeiras estão na calçada vazias, pois o moço não apareceu e com isso Dorinha se enfurna na cozinha para coar um café. Solícita traz uma xícara para a mãe que sorve em pequenos goles com a testa franzida e o olhar distante.
Dona Mazé fecha as portas e fala em voz alta?
- Dorinha venha rezar o terço, já é tarde, amanhã tenho muito que bordar.
A moça responde lá da cozinha:
- Tô indo, mãe.
O cachorro começa a latir no quintal enquanto se ouve um tropel de cascos de cavalo.
A porta da cozinha range nas dobradiças quando Dorinha sai correndo carregando uma trouxa.
Alfredo com uma das mãos iça a jovem para a garupa do cavalo e sai trotando no meio da escuridão.
Fátima Silva
12/01/15
sexta-feira, 9 de janeiro de 2015
HOMEM POETA
Sou corajosa, preciso ser.
Sou ousada, tenho que ser.
Por quê?
Veja o porque.
Então,
não é fácil, não é fácil mesmo,
falar um pouco do homem ou,
do poeta?
Paulo Roberto.
Eis o homem poeta.
Sensível;
Criativo;
Inteligente.
Faz poesia do ar que respira, dos amigos.
Do cotidiano.
Dos amores que já teve, do que tem e dos que
nunca irá ter.
Alegre, de bem com a vida.
Com pouca idade floresceu o poeta.
Formado em Engenharia Elétrica.
Pensamento ágil, veloz.
As Ciências Exatas não impede de iluminar esse mundo
que poucos conhecem.
O mundo da poesia.
A deficiência visual não deixou morrer
a essência do poeta.
Que através de outro horizonte,
continuou a ver o colorido da vida,
noutra ciência exata:
A Informática.
Nessa nova realidade foi conduzido
a outros planetas.
Fez viagens interplanetárias, conheceu estrelas.
Nunca vista a olho nu.
Galáxias desconhecidas,
solos que nenhum homem pisará.
Ah! é verdade apenas os poetas.
Será que os poetas são da raça humana?
Ora sim, é claro que são, homens que devaneiam.
Sonhadores?
Sim é claro que sim.
Esquisitos?
Não, lógico que não.
Homem poeta que tem os pés plantados em
solos férteis, abundantes de beleza.
Alucinado por certezas e incertezas.
De verdades nuas e cruas.
Paulo Roberto além de ser poeta é acadêmico de letras.
Membro da AMLEF.
Presidente da ALASAC.
Em seu livro Viagem ao Céu Particular,
ele tem " A certeza que que mundo precisa de poesia",
e
que a poesia é a emoção "In Natura".
Fátima Silva
Sou ousada, tenho que ser.
Por quê?
Veja o porque.
Então,
não é fácil, não é fácil mesmo,
falar um pouco do homem ou,
do poeta?
Paulo Roberto.
Eis o homem poeta.
Sensível;
Criativo;
Inteligente.
Faz poesia do ar que respira, dos amigos.
Do cotidiano.
Dos amores que já teve, do que tem e dos que
nunca irá ter.
Alegre, de bem com a vida.
Com pouca idade floresceu o poeta.
Formado em Engenharia Elétrica.
Pensamento ágil, veloz.
As Ciências Exatas não impede de iluminar esse mundo
que poucos conhecem.
O mundo da poesia.
A deficiência visual não deixou morrer
a essência do poeta.
Que através de outro horizonte,
continuou a ver o colorido da vida,
noutra ciência exata:
A Informática.
Nessa nova realidade foi conduzido
a outros planetas.
Fez viagens interplanetárias, conheceu estrelas.
Nunca vista a olho nu.
Galáxias desconhecidas,
solos que nenhum homem pisará.
Ah! é verdade apenas os poetas.
Será que os poetas são da raça humana?
Ora sim, é claro que são, homens que devaneiam.
Sonhadores?
Sim é claro que sim.
Esquisitos?
Não, lógico que não.
Homem poeta que tem os pés plantados em
solos férteis, abundantes de beleza.
Alucinado por certezas e incertezas.
De verdades nuas e cruas.
Paulo Roberto além de ser poeta é acadêmico de letras.
Membro da AMLEF.
Presidente da ALASAC.
Em seu livro Viagem ao Céu Particular,
ele tem " A certeza que que mundo precisa de poesia",
e
que a poesia é a emoção "In Natura".
Fátima Silva
sábado, 3 de janeiro de 2015
EXPECTATIVAS DO TEMPO
Acordo e vejo o sol
entrando pela janela com um leve vento e o canto de pássaros.
É o primeiro dia do
ano, sinto na boca ainda o gosto de comidas e bebidas ingeridas antes e após a
passagem do ano.
Abro os braços me espreguiço
tento guardar aquele momento o mais que o meu corpo pode suportar, então o
celular toca, finjo não escutar.
Tento me absorver
somente no que estou fazendo não quero ouvir nenhum tipo de saudação naquele
exato momento, ele é único e universal para mim.
Vou em direção ao
banheiro tentando não olhar o relógio e não pensar que é o primeiro dia do ano.
Olho com atenção para água que jorra do chuveiro, o frio da cerâmica debaixo
dos meus pés. Coloco a toalha em volta do corpo e sinto o tecido felpudo me
aquecendo.
Na cozinha ponho a
cafeteira debaixo da chama azulada do fogão, abro a geladeira e sinto um cheiro
adocicado de frutas misturadas com cheiros de comidas armazenadas em potes.
Arrumo a mesa e
ligo a TV.
As primeiras
notícias saltam na tela fazendo com que eu me posicione no tempo e no espaço.
Então como numa
fita cinematográfica escuto as músicas carnavalescas, depois vem a Páscoa, o
dia das mães, as festas juninas, o dia dos pais, mesmo não tendo pai e muito
menos mãe, o feriado do dia sete de setembro, em outubro tem o dia das
crianças, dia de finados em novembro. Então chega dezembro cheio de enfeites,
de sons de sinos e o ho ho ho do Papai Noel.
Até que enfim
depois de muitas lutas, muita canseira, muito trabalho e alguns problemas de
saúde chega o dia 31, é final de ano.
É tempo de fazermos
planos, projetos deixar fluir aquela expectativa que tempos melhores virão.
Desligo a TV e
também o celular, visto meu surrado pijama e calço meus chinelos que trazem as
marcas dos meus dedos.
Novamente me deito
afinal hoje é feriado não preciso está acordado tão cedo. Apanho um livro que
não sei se por acaso ou por certeza tem na capa o título: ERAM OS DEUSES
ASTRONAUTAS?
Fátima Silva
13/11/14
sexta-feira, 2 de janeiro de 2015
FORTALEZA LUZ
Ela toda faceira, de corpo bronzeado e cabelos soltos.
O Sol inicia o dia se espreguiçando sobre a cidade de
Fortaleza.
ao vento.
Com largo sorriso recebe turistas e os cidadãos da cidade.
Faz mesuras agitando a bandeira da cordialidade.
O Sol vai aquecendo o comércio, a indústria e as empresas de
Prestação de serviços.
Os ônibus lotados, muita buzina soando e o
Jargão do vendedor ambulante:
- Água! Água de coco!
O Sol se delicia nos finais de semana,
Praias lotadas debaixo de muita luz solar e também do abraço
caloroso.
Do vendedor solícito, dos barraqueiros que estendem redes,
mesas e cadeiras
Com guarda sóis coloridos.
Uma festa que contagia levando a tristeza para longe de
nossa cidade
Banhada por tanta luz se refrescando dos “verdes bravios”
cobrindo a cabeça com
Chapéus artesanais.
Quando entardece e o Sol desaparece vem a Lua também
iluminar com seus raios prateados
as
águas do oceano onde Iemanjá vem se banhar.
Fátima Silva
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