Acordo e vejo o sol
entrando pela janela com um leve vento e o canto de pássaros.
É o primeiro dia do
ano, sinto na boca ainda o gosto de comidas e bebidas ingeridas antes e após a
passagem do ano.
Abro os braços me espreguiço
tento guardar aquele momento o mais que o meu corpo pode suportar, então o
celular toca, finjo não escutar.
Tento me absorver
somente no que estou fazendo não quero ouvir nenhum tipo de saudação naquele
exato momento, ele é único e universal para mim.
Vou em direção ao
banheiro tentando não olhar o relógio e não pensar que é o primeiro dia do ano.
Olho com atenção para água que jorra do chuveiro, o frio da cerâmica debaixo
dos meus pés. Coloco a toalha em volta do corpo e sinto o tecido felpudo me
aquecendo.
Na cozinha ponho a
cafeteira debaixo da chama azulada do fogão, abro a geladeira e sinto um cheiro
adocicado de frutas misturadas com cheiros de comidas armazenadas em potes.
Arrumo a mesa e
ligo a TV.
As primeiras
notícias saltam na tela fazendo com que eu me posicione no tempo e no espaço.
Então como numa
fita cinematográfica escuto as músicas carnavalescas, depois vem a Páscoa, o
dia das mães, as festas juninas, o dia dos pais, mesmo não tendo pai e muito
menos mãe, o feriado do dia sete de setembro, em outubro tem o dia das
crianças, dia de finados em novembro. Então chega dezembro cheio de enfeites,
de sons de sinos e o ho ho ho do Papai Noel.
Até que enfim
depois de muitas lutas, muita canseira, muito trabalho e alguns problemas de
saúde chega o dia 31, é final de ano.
É tempo de fazermos
planos, projetos deixar fluir aquela expectativa que tempos melhores virão.
Desligo a TV e
também o celular, visto meu surrado pijama e calço meus chinelos que trazem as
marcas dos meus dedos.
Novamente me deito
afinal hoje é feriado não preciso está acordado tão cedo. Apanho um livro que
não sei se por acaso ou por certeza tem na capa o título: ERAM OS DEUSES
ASTRONAUTAS?
Fátima Silva
13/11/14
Nenhum comentário:
Postar um comentário