sexta-feira, 1 de maio de 2015

MAIO MÃE


Mãe a raça humana deve a você a continuação da espécie Homo Sapiens,
das cavernas, seja dos trópicos, das geleiras, dos desertos, das florestas,                                               dos manguezais, das cidades, dos subúrbios, das favelas, dos esgotos, dos guetos,                              das sarjetas.
Nos palácios, nas mansões, nos condomínios, nos casebres, nas choupanas.
Mães dos presidiários, dos cadeirantes, estupradores, dos marginais, dos cegos,
dos bêbados, dos viciados, dos assassinos, dos ladrões, dos homossexuais, dos tiranos,
dos oprimidos, dos opressores, dos doutores, dos cientistas, dos astronautas.
Mães carinhosas, desleixadas, descabeladas, ditadoras, preguiçosas, felizes, trabalhadoras,
dedicadas, distraídas, ensandecidas, obesas, aleijadas, elegantes, bandidas, guerreiras.
Mães solteiras, mães muito bem casadas, mães meninas, mães avós, mães que abortam,
mães adotivas, mães que pagam a babá, mães que catam o lixo, mães  que estendem as
mãos, mães que jogam no lixo o fruto do seu ventre, mães que choram nas madrugadas.
Maio das mães que ganham presentes, que almoçam em restaurantes chiques, que fazem viagens exóticas, mães que recebem beijos e homenagens, mães que recebem telefonemas
de lugares distantes, mães que recebem visitas em hospitais ou em presídios, mães que recebem flores em suas lápides, mães tão velhas que não reconhecem seus filhos, mães que abrem sorrisos e corações para receberem seus filhos ilustres ou mendigos.
Para todas as mães estendo o tapete da realeza, procuro o bicho da seda para confeccionar o tecido macio para cobrir o corpo que aninhou em seu ventre um embrião que se tornou feto
e dar vida a mais um ser humano, mergulho nas profundezas dos oceanos e procuro conchas para ornamentar com pérolas seu pescoço e calçar em seus pés sapatos de cristal como princesa de contos de fadas e peço a Lua um pouco do seu brilho para um pequeno flash sobre você Mulher que dá vida ao único ser racional no planeta Terra: O HOMEM.
Fátima Silva
25/02/15
Texto publicado na Revista Varal do Brasil no. 35- Genebra- Suíça



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