Devido a deficiência visual faço uma Reabilitação no Instituto Hélio Góes (Sociedade de Assistência aos Cegos).
Essa instituição fica localizada no bairro São Gerardo na avenida Bezerra de Menezes. Para que eu chegue até a escola tenho duas opções de transporte coletivo que são: a linha 022 Jardim das Oliveiras-Centro e o 021 Jardim das Oliveiras - Luciano Cavalcante - Papicu.
Desde o início do ano de 2015, começaram as obras de saneamento no bairro onde moro, as obras foram evoluindo até chegarem na avenida Desembargador Faustino de Albuquerque. Nessa avenida tem uma parada do ônibus 021, fui avisado que as obras estavam sendo feitas que havia umas telas de proteção, muito buraco e lama.
Saindo de casa pela manhã decidi ir até a avenida José Leon pegar o coletivo 022. Ao chegar na tal avenida Desembargador Faustino de Albuquerque comecei a sentir a impossibilidade de ir muito longe, devido um caminhão com material, uma britadeira e um barulho ensurdecedor, aproveitei que havia pessoas na parada do 021 fiquei por ali mesmo.
Ao ouvir o som do ônibus que se aproximava e empunhando minha bengala, sentia como se tivesse preso as telas de proteção sem contar que eu estava pisando dentro da lama.
As pessoas de dentro do ônibus gritavam:
- Vá por ali! Vá por lá!
E eu aturdido com as instruções errôneas, pois eu não sabia se o aqui era na esquerda ou se o ali era a direita.
Depois de afundar os sapatos na lama, contornar a tela de proteção, sair de dentro de um buraco consegui entrar no transporte coletivo.
Mesmo passando por essas dificuldades de acessibilidade, informações incorretas, ônibus lotados nada faz com que eu venha a desanimar e deixar de sair de casa para cumprir meus compromissos.
Marco Antonio Soares Moreira
Aluno da Reabilitação do Instituto Hélio Góes- Sociedade de Assistência aos Cegos
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