quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

ASSALTO

No dia 25 de maio de 2014 fui assaltada ao sair do condomínio onde minha filha mora.
Era um domingo e meu computador tinha pifado, então resolvi ir até o apartamento da minha filha  que mora dois quarteirões distante de onde moro. Queria me inscrever para participar de uma Antologia Poética, por conta disso, coloquei em minha bolsa meu pen-drive, carteira com documentos, celular, dinheiro e meu cartão do banco pois ia fazer compras no supermercado  para semana,
Não consegui me inscrever na tal Antologia então sai de lá para fazer  minhas compras.
Na calçada vi um homem lavando um carro branco. Atravessei a rua e andando na calçada
 ouvi o barulho de uma moto vindo na minha direção.
Imaginei que os rapazes haviam perdido o controle da moto pois eles subiram a calçada, creio que até sorri pois tive que me encostar na parede do muro da casa. Ainda hoje imagino como se fosse um sonho ao ouvir a voz de um deles me dizendo;
- Passa a bolsa ou eu atiro.
Lembro das cores coloridas das bermudas, sandálias havaianas e os capacetes escuros.
Senti minhas pernas fraquejarem,  uma dor forte na cabeça e meus batimentos cardíacos acelerados. Achei que estava tendo um AVC, pois sou hipertensa.
Uma jovem senhora me socorreu, pois quase não conseguia andar. O homem que lavava o carro branco era esposo da mulher, então começou a esbravejar e queria ir no encalço dos ladrões. Depois de tomar um pouco de água dei o número do telefone fixo do apartamento da minha filha, ouvi a mulher dizer:
- Alô queria falar com a Angélica.
Em seguida falou:
- Sua mãe foi assaltada e está passando mal aqui na minha casa, deu o endereço e desligou. Pra mim foram longos os minutos até meu genro chegar, minha filha...
Já vai fazer um ano que esse episódio aconteceu, o cartão do banco foi bloqueado assim como meus chips do celular. Comprei outro celular, recebi do banco um outro cartão, ativei meus chips  e as segundas vias dos documentos também foram feitas.
Minha bolsa era de tecido florido modelo praia bastante usada, minha bolsinha de moedas de contas cor de rosa, uma necessére vermelha e meu pen-drive seguro por um chaveiro no formato de uma rosa, com alguns textos literários que não consegui resgatar pois o meu computador deu um problema na placa, HD.
Alguns dias depois desse fato eu sonhava com meus objetos, minha bolsa sendo vasculhada, jogada fora, minhas anotações particulares, minha lista de compras.
Ganhei do meu irmão um Notebook semi novo, comprei outro pen-drive e já escrevi muitos textos, poesias, rabisquei muitos projetos.
Moro numa avenida muito movimentada de carros, caminhões, três linhas de transportes coletivos, uma linha de Van mas, o som das motos superam todos os sons pois eles me reportam para um fato lamentável que tento jogar no fundo da memória.

04/02/15




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