sábado, 13 de setembro de 2014

MUDANÇA

MUDANÇA
As pedras do caminho luziam de tantas
caminhadas
procurando rumos de estradas, becos, vielas, avenidas.
A poeira sobre os móveis mostravam o descaso com os cômodos
tão conhecidos marcados por histórias tão antigas.
Sobre a colcha de retalhos o travesseiro dobrado ao meio
e a fronha encharcada de lágrimas que já não fazem sentido
chorar. Chorar por que mesmo? Ou por quem?
O calendário  na parede que  há anos não é trocado a folhinha,
onde se vê círculos em números que já foram datas importantes festivas outras tristes.
No armário de portas semi abertas roupas com modelos de épocas tão distantes e outras já tão surradas devido ao uso contínuo, que toma a forma do corpo.
Os sapatos  de solados gastos com restos de terra seca,
lama endurecida.
Das brechas das paredes algumas formigas fazem um caminho
em direção a um minúsculo pedaço de pão endurecido,
caido  embaixo de uma mesa de tábua sem brilho.
Ao redor vê-se cadeiras onde houve não sei que tempo,
rodas de amigos.
Amigos que riam alto e falavam em vozes estridentes histórias
pitorescas acompanhadas de piadas "apimentadas" ou cantavam canções melodiosas.
Sobre a mesa vários livros empilhados, há também papel, caneta e um bloco de anotações.
No bloco há algumas anotações e ao lado a palavra "MUDAR".
Está ao lado de vários itens.
O primeiro item está escrito em letras de forma e diz assim:
- CAMINHO.
Fátima Silva
11/09/14




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