agonizantes.
Fecharia sua boca com beijos molhados de paixão.
E emudeceria meu coração,
das batidas desaceleradas no meu peito.
Enxugaria as lágrimas que teimam a cair
escorrendo como rios sobre o meu rosto.
Reteria as lembranças em um lugar secreto.
Tomaria a morfina do esquecimento
para aplacar a dor da saudade.
Do riso à toa, do suspiro, do cheiro da pele.
Não ouviria a canção sem reconhecer o momento
em que foi entoada sem melodia.
A sintonia palpável em mãos trêmulas, onde dedos
se entrelaçavam com juras de amor eterno.
Amor reconhecido em pequenos gestos.
Palavras soltas em lugares nunca visitados.
Bandeira fincada em jardim de margaridas
úmidas de orvalho aquecidas pelos raios do amanhecer.
Pés que caminhavam sobre folhas secas,
onde o vento farfalhava com rodopios de ciranda.
Olhos que viam nuvens esgarçadas no céu azulado.
Calaria o latido do vira lata que soa como uma sirene
que rasga a noite.
Tentaria gritar um nome mais somente um gemido ecoa
na garganta ressequida.
Não sentiria o estremecer da erupção do vulcão
sobre meu corpo.
A procura de flocos de neve na estação do outono.
Que um dia enfeitou com folhas amareladas
as páginas de um livro inacabado.
História de amor destruído pela passagem secreta
da caverna dos abismos do desencontro.
08/02/16
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