A lama,
O tiro.
O grito.
Meu Deus!
Mon Dieu!
A dor que aperta o peito, sufoca o medo.
A represa rompe.
O rio Doce.
Se torna lama.
Mon Dieu! A bala que rasga o peito.
Que represa a lágrima.
O som das bombas interrompe a dança.
Os corpos bailam na macabra dança da inundação.
E o grito dos peixes alguém ouviu?
O canto dos pássaros é contido pela força da lama.
Paris iluminada pelas balas de faces brutais.
A sirene ecoa, os corpos caídos.
Com olhos vítreos, expressão de terror.
A lágrima na face com lama.
Sobre o céu do Brasil a barragem da ganância
que mata o rio.
As luzes de Paris ofuscam o sangue de vítimas e algozes
estilhaçados pela ideologia do massacre.
Enquanto em Minas, se grita:
Oh meu Deus!
Paris assustada geme:
Mon Dieu!
Como medir tamanha dor?
Porque morte traz choro,
não importa o idioma.
Fátima Silva
16/11/15
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