Sinto certa nostalgia ao falar sobre eleições. Lembro do tempo do título com foto e com assinatura, do presidente da mesa da seção, localizada no verso do título que confirmava o voto.
Pessoas vestiam sua melhor roupa para cumprir seu dever de cidadão. O dia de eleição tinha um ar diferente dos demais, havia um clima de festa misturado ao sentimento de civismo.
Crianças não entendiam muito bem o porque do ar grave dos adultos e tratavam de brincar o máximo possível.
As filas eram enormes, algumas seções varavam a madrugada. As informações eram poucas, transmitidas ao público através do rádio e jornais, matuninos ou vespertinos, vendidos nas bancas ou pelos meninos que circulavam pelo centro da cidade, gritando as principais notícias.
Não se falava em comunismo ou socialismo em voz alta. As mulheres votavam, porém não discutiam política.
Não se falava em comunismo ou socialismo em voz alta. As mulheres votavam, porém não discutiam política.
Eleições tinha cheiro de charuto, paletó de linho e chapéu, assunto exclusivo para homens.
Saudades da contagem manual, recontagem de votos, urnas anuladas.
Eleições 2010.
Voto digital, um minuto.
Domingo antes da meia-noite, provavelmente, o Brasil inteiro já saiba o nome do(a) Presidente, governadores, senadores e deputados. Ou, ainda, se haverá 2º turno. Através das notícias vinculadas de imediato na Internet, jornais e plantões de comunicação na TV, etc.
Saudades...
Saudades...
Fátima Silva
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