terça-feira, 21 de julho de 2015

A DAMA E O PALHAÇO


Mais uma história em cordel
Para o leitor vou narrar
“A Dama e o Palhaço”
Você vai se emocionar
É uma história real
Acompanhe o meu versar
A personagem principal
É mesmo, emocionante!
Brincalhão e atrapalhado
Carinhoso e extravagante
O palhaço que é portanto,
Sorridente e intrigante
Ele é um tanto patético
Meigo e atencioso
Delicado e dedicado
É um amigo zeloso
É alegre e despojado
E é muito carinhoso!
O palhaço é ingênuo
É inteligente e esperto
Ama criança e a respeita
Cuida e está sempre perto
Tem limite sua alegria
Coração roubado por certo
Enfim, nossa personagem
É muito fácil o vermos
Nas ruas, praças e feiras
E o riso satisfazermos
No circo, TV ou jornais
Rondando por perto termos
Alegre e extrovertido
Divertido, sorridente
Assim vemos o palhaço
Mais seu velho peito sente
Talvez, falta de um amor
Verdadeiro, realmente!
E é sobre este amor
Que esta história irá tratar
Uma dama que roubou
Desta personagem sem par
Seu coração e vida
O fez, a ela entregar!
Ele conheceu alguém
Com pouco tempo casou
Uma infeliz ideia
Que o palhaço pensou
Não construiu uma família
Pois a vida não deixou
A história deste palhaço
Já começou errada
Com esta mulher que ele
Muito se dedicava
Com carinho e atenção
O palhaço lhe prestava
Claro que ele também
Errava de vez em quando
Discutiam, não se entendiam
Desequilíbrio e desmando
Financeiro e profissional
Sentimental desandando
Neste pandemônio
O palhaço então conhece
Um “acidente” de percurso
Que o corpo não reconhece
Pois o braço do palhaço
Não mexe, desobedece
O mesmo sofreu uma,
Luxação reisidivante
Do ombro que várias vezes
Não foi à frente adiante
Deslocando-se 14 vezes
Dores “insuportantes”
Durante este período
O palhaço então sofria
Por um lado nosso artista
Sua alegria perdia
Temporariamente,
Pois outra alegria surgia!
Foi um momento difícil!
Desavenças e turbulência!
Separação na vida real!
Esta, com reincidência!
E inevitavelmente,
A famigerada carência
Desta primeira mulher
Após ele se separar
Questões de fé e de crença
O puseram a pensar
Se valeria a pena
De novo se apaixonar
Mais a vida continuava
Ele estava trabalhando
Num projeto social
Artes cênicas ensinando
E em um belo dia
Uma festa estava animando!
Era o dia das mães
Aquela data festiva
E em uma encenação
Em uma atitude altiva
Ele com uma flor
Presenteia sua diva
O palhaço que também
À dama fez-se entregar
Aquela rosa tão linda
Seus olhos fez-se brilhar
E ela viu o vazio
Um apelo para o salvar
Pois um grito de socorro
A dama diz que ouviu
Um pedido por amor
Por ajuda então surgiu
A dama falou que então
Ao palhaço não resistiu
Esta dama que ao palhaço
Teve grande admiração
Por este artista nato
Por sua dedicação
Diz que ele então roubou
Dela o seu coração
A dama também sofria
Com um infeliz casamento
Sem paixão e sem amor
Sem nem um sentimento
Pelo contrário brigas
Muitos desentendimentos
Ela teve quatro filhos
E um marido ausente
Não teve apoio deste,
Marido nunca presente
A família dela também
Tratou-a displicentemente
Ainda não se conheciam
A dama e o palhaço
Alguém os apresentou
E houve o desembaraço
Meus versos e inspiração
Neste cordel passo a passo
Na entrega da rosa
Que o palhaço doou
A dama também estava
Triste mais se transformou
Reagiu, e sua vida
Um outro rumo tomou
Enfim os dois no passado
Uma borracha passaram
Tentam vencer juntos hoje
A guerra que eles travaram
Separados sem saber
Que juntos eles ganharam
Uma vida melhor construíram
Vivem, mesmo, um grande amor
Juntos combinam e acordam
Do mínimo ou máximo valor
Não só financeiramente
Mais na fé, vida ou labor
Enfim nossas personagens
Não foram felizes antes
Mais ao se encontrarem
Com suas vidas errantes
Com certo tempo tomaram
Decisões muito importantes
A primeira foi então
O palhaço conversar
Com o líder religioso
Com a religião se “acertar”
E infelizmente ele teve
Que sem a mesma,ficar
Pelo menos por enquanto
Pois ele muito amava
E ama Jesus Criador
E outras decisões tomava
Buscar sua formação
Escolar que almejava
A dama e o palhaço
Estes se decidiram
Ele então afastou-se
Da religião e agiram
Ela deixou os filhos
E pra viver juntos partiram
A dama deixou sua casa,
O marido e uma vida
De sofrimento e de dores
Desta heroína aguerrida!
Medo, depressão e angústia
E uma guerra pedida
A guerra a que me refiro
Era a mesma de seu amor
O palhaço que também
Travava com muito ardor
Era construir na vida
Vida melhor,sim, senhor!
O palhaço também deixou
Para trás o seu passado
Deixou seu bairro e amigos
A fim de ser respeitado
De ser mais reconhecido
E também ser mais amado
O palhaço hoje, pois,
Tem duas formações
Um emprego razoável
Vive sem humilhações
Este, não precisa mais
De ouvir reclamações
A dama infelizmente
Está a perder a visão
Mais esta não se abala
Tem mesmo motivação
Vou dizer o que ela faz
Com muita disposição
Esta mulher senhores
Faz cursos interessantes
Violão, teclado, informática
Todos são instigantes
Hidroginástica e braile
Nunca praticados antes
Ela ainda é confrade
De letras da academia
De artes do Instituto
Dos Cegos, uma alegria
Uma realização
Que ela não imaginaria
A dama e o Palhaço
No cartório se casaram
E com as bênçãos do Senhor
Na igreja se apresentaram
E os seus laços do amor
Eles então reforçaram
Hoje, nossas personagens
Juntos felizes vivem
Estão bem financeiramente
E juntos tudo decidem
Juntos compram e pagam
Profissionalmente progridem
Juntos eles compartilham
Juntos tem religião
Vão á igreja sempre
Os dois tem o coração
Voltados para o Senhor
E para ajudar o irmão
Quem inspirou-me foi,
A dama desta história
Ela escreveu tudo
E poetizei na memória
O Senhor me abençoou
Á ela a dedicatória
Concluindo meu cordel
“A dama e o Palhaço”
De verso em verso escrevi
A história sem embaraço
Falei de sofrimento e amor
E a felicidade foi o traço
Falei de luta e trabalho
Falei de superação
De amor e sentimento
De fracasso e decisão
Falei de fé e de medo
De amor e união
História da autoria de MARIA DE LOURDES FERNANDES, acadêmica da ALASAC e versejado pelo cordelista ANTONIO MARCOS BANDEIRA.

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