segunda-feira, 29 de setembro de 2014

RETALHOS E EMENDAS


No dia 24 de junho de 2009, completei 93 anos, ou será que foi 92 anos?
Não sei... mas que importa, só sei que são muitos anos, muitas lembranças.
Me chamo Abigail, viúva, mãe adotiva de vários filhos mais um deles registrei como legítimo.
Como sequela de um AVC, estou inválida das pernas, os movimentos dos braços tenho-os com dificuldades, oriundos de um reumatismo crônico Acredito que nunca mais andarei, pois sofro de hérnia de disco há muitos anos.
Para o meu médico, doutor Maurício, era ainda um milagre eu andar apoiada em duas bengalas. Quanto ao andajá, aboli cedo, pois abominei ter que me arrastar carregando aquele trambolho na minha frente. Com minhas duas bengalas arrastava minhas caixas de crochê, fazia delas um anzol para “pescar” alguma coisa que estivesse ao alcance delas.
Ia da cozinha para sala e vice versa, para o banheiro, até o portão (o que era um PERIGO!), e outras saidinhas até a porta do quintal.
Hoje estou aqui em cima dessa cama inerte, sendo cuidada por terceiros, ou seja, meus limites se tornaram maiores, assim como diminui a minha paciência em ter que esperar pelo banho, pelo café, etc.
Olho para minhas pernas, as lembranças são nebulosas de um passado distante, que corri quando criança, que dancei na juventude, mesmo sendo escondido, mas dancei. Andei léguas a pé por falta de transporte, por necessidade andei quilômetros e, andei muito por prazer de andar.
Tento não chorar, pois já não sei porque choro, se por estar viva, ou por estar mais limitada.
Minha lucidez se esvai como um rio que corre para o mar e não retorna a nascente. São nuvens escuras a ponto de cair uma chuva forte ou espessas que trazem uma neblina fina do passado.
Não tenho sonhos ou projetos, pois os dias são iguais as noites assim como as manhãs e as tardes. Só são diferentes apenas com a chegada de algum visitante, ou o toque do telefone, que soa bem perto do meu ouvido.
-É Fulano... ou Sicrano... ou será Beltrano?
Minhas pernas inertes me levam ao passado, um passado não muito fácil, pois cedo fiquei órfão de pai. As oportunidades de brincar, sorrir, diminuíram pois tive que trabalhar, juntamente com meus irmãos, para o sustento da casa e nos afazeres domésticos.
Aprendi a costurar e durante horas a fio pedalava com todo vigor de minha juventude. Aos domingos ia para missa ou nos dias santos, onde o padre rezava em latim e o coroinha respondia.
Minhas pernas queriam me levar para outros horizontes, meus lábios queriam se abrir num sorriso, minha garganta queria atravessar o ar com uma sonora gargalhada. Com nossos amigos, vizinhos ou quem sabe um namorado?
Juntei muitos Retalhos e costurei muitas Emendas. Até que enfim:
Casei-me.
De uma forma aventuresca para a época em que vivíamos, pois dormi com meu namorado antes de me casar, isso há mais sessenta anos atrás.
Em contrapartida em vez de benção, me lançaram maldição, todos os tipos de imprecações, pois infligira todos os conceitos morais e religiosos daquela época.
Desse ato impensado sofri desprezo, rejeição, fui traída, e pior ainda, fui estéril, do meu ventre nunca foi germinado uma vida, sonho de toda mulher.
 Não lembro quantos anos fiquei casada, também não me lembro há quanto tempo estou viúva. Vejo diante dos meus olhos névoas entrecortadas de lágrimas engolidas a seco.
Por não ter como extra vazar, tudo isso se transformou dentro de mim num caldeirão de amargura misturado com um mau humor e uma eterna infelicidade. Por não sorrir e não fazer um afago, a dar ou receber um gesto de carinho.
Meu corpo nunca foi enlaçado por um abraço, meus ouvidos nunca ouviram uma palavra terna para abrandar a fogueira que a cada dia ardia dentro de mim, tornando-me uma pessoa insociável, ríspida, amarga.
Fiquei viúva com um filho pequeno nos braços, sem rendimentos, sem herança. Como uma máquina planejada para somente trabalhar, tive que enfrentar um ritmo que minhas pernas já cansadas não podiam descansar.
TRABALHO+TRABALHO=TRABALHO.
Era uma conta matemática, ou uma máquina, se fosse hoje seria um computador. Minhas pernas iam e vinham, de domingo a domingo, hoje é o contrário de domingo a domingo elas estão inertes.
Minhas lembranças me levam para o terreno   que eu e o meu marido cuidávamos, o capim, os cajueiros, as mangueiras, as galinhas, a água retirada da cacimba funda
Vejo uma fumaça diante de mim é uma chaminé de um fogão a lenha, onde brasas vivas aquecem uma panela de barro, ou será o fogão que está escapando gás? Será que está na hora da merenda na Escola?
Enxugo os olhos com um pano que às vezes faço de lenço, ou de guardanapo. Minhas pernas estão inertes, mais num curto espaço de tempo elas caminharam milhas e trilhas do meu passado distante, com Retalhos e Emendas, há mais de noventa anos!
28/07/09


terça-feira, 23 de setembro de 2014

A VOZ DO SILÊNCIO

Estamos nos preparando para uma atividade com a professora Luiza Kátia e
professor Rocélio. Os instrumentos musicais são distribuídos, "seu" Tarcísio
no pandeiro. Alexandre no triângulo, no zabumba Leonardo, no afoxé Gecivaldo
enquanto Eunice, Fátima Silva e Geraldina tocam ganzá.
É mais uma apresentação do Pezão de Serra formado por um grupo de alunos da
Reabilitação da SAC, nas sextas feiras  às 16:00 horas.
Estão a postos para dançar Tereza Neuma com João Batista e dona Francisca está
sem par?
O microfone é testado, no teclado o professor Rocélio dá a introdução e Leonardo
como vocalista solta o vozeirão:
"TUDO EM VOLTA É SÓ TRISTEZA..."
Psiu!
Silencio!
'Seu" Leonardo dorme.
Nos corredores do Instituto dos Cegos, TOC, TOC, TOC...  São as batidas de uma bengala,,
SALA DE MÚSICA-SAC
só que;
Esta ou aquela bengala, silenciou.
No refeitório nunca mais  dona Dedê, será chamada por aquela voz.

LEONARDO,
Você não passou despercebido em nosso meio, sua presença ficou cravada em nossa mente,
pelo seu comportamento travesso, irreverente, homem galanteador, aluno rebelde.
...
Cai uma chuva fina, o vento balança os ramos da mangueiras, escuta-se um som. A Natureza
chora  sentindo falta de sua presença  marcada pela alegria de viver, a sua pessoa chamava-se
VIDA.
Creio que você se calou porque não havia mais espaço para esbanjar,
Tanto OTIMISMO
Tanta CONFIANÇA
Tanta ALEGRIA
Tamanha DISPOSIÇÃO.
Adeus, meu colega, descansa e dorme o sono
eterno.
Lágrimas, Saudades e Emoção.
30/01/09
    

domingo, 21 de setembro de 2014

DEFICIÊNCIAS E SUAS EFICIÊNCIAS

DEFICIÊNCIAS E SUAS EFICIÊNCIAS
No final do ano de 2005 me matriculei numa escola inclusiva para pessoas com deficiências visuais. Meu diagnóstico era cegueira em ambos os olhos e minha leitura era Braille e a mobilidade tinha que ser através de bengala.
Foi um momento doloroso para minha família. E quanto a mim? Às vezes eu pensava que estava sonhando, que era um pesadelo...
Eu não sabia que o pior estava por vir. As pessoas que me conheciam passaram a me tratar de uma forma diferente, era como se eu além de ter perdido a visão não pensasse, não raciocinasse.  Eu me tornara uma alegoria, onde passava as pessoas faziam esse tipo pergunta:
- Por que não leva ela para São Paulo?
Ou então:
- Por que vocês não fazem uma promessa com santa Luzia?
Na Escola, passei a observar (ouvindo) meus colegas de sala de aula.                              Era uma sala de Reabilitação para adultos e todos eram muitos alegres, contavam piadas sobre cegos, e a palavra cegueira sempre foi falada com naturalidade.
Passei a viver a pior situação que um ser humano pode vivenciar: O PRECONCEITO.
Daí passei a amar a palavra DEFICIENTE.
O riso da criança que nunca enxergou o sol, a piada do jovem que além de cego é cadeirante, a música cantada por dona Francisca com mais de 80 anos, cega. A psicóloga cega, Carmen Menezes, contadora de histórias, o engenheiro elétrico professor de Informática, Paulo Roberto com baixa visão e também poeta, e também nossa professora Ivanice, com suas próteses de olhos verdes combinando com seu cabelo castanho claro.
Em 2008 a Sociedade de Assistência aos Cegos (SAC) criou uma Academia de Letras e Artes, ALASAC e eu fui uma das fundadoras na área da Literatura, pois escrevia contos, poesias. Em 2010 com ajuda da SAC lancei meu livro infanto-juvenil AS AVENTURAS NOTURNAS DE SONECA E BOCEJO.
Nossa academia reúne hoje 28 membros nas áreas de Literatura, Teatro, Dança, Música e Artes Plásticas.
O Brasil continua "dormindo em berço esplêndido" nas questões de cidadania com a pessoa deficiente.
Essa população discriminada e rejeitada pela sociedade é cidadã e VOTA. Não precisamos do seu olhar de piedade, assumimos nossas limitações mas reivindicamos nossos direitos de ir e vir como qualquer outro cidadão.
Mesmo sem enxergar queremos ir ao shopping fazer nossas próprias compras, pois também somos consumidores, a loja de magazines, ao supermercado, onde além do despreparo para atendimento a esse público, não temos uma engenharia voltada para a área que se chama Acessibilidade.
Hoje nosso trânsito desenfreado e mal educado deixa milhares de pessoas com deficiências motoras, neurológicas. Sem contar o número de bebês que nascem com má formação óssea, visual, motora, auditiva.
E aí? O que faremos com essa população. Voltar ao tempo da Roma e Grécia Antiga.                                                                                                                                      Aprisionar essas pessoas em quartos escuros, edificando um "puxadinho",  porque a sociedade "normal" fica penalizada ao ver um jovem empunhando uma bengala ou sentado numa cadeira de rodas.
Essa mesma população que nos olha com indiferença vai ficar idosa e irá ter a necessidade de rampas, pisos táteis...
O cego na porta da igreja com uma latinha pedindo esmolas pertence há um passado bem distante, hoje as tecnologias avançam com leitores de tela, programas com síntese de voz que nos dá acesso à internet, redes sociais.
Hoje dia 21 de Setembro se comemora o DIA NACIONAL DA LUTA DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS.
Deixe seu preconceito de lado e olhe em sua volta que convivemos num país com extensões físicas continentais e o nosso vizinho pode ser um NEGRO, GAY, CEGO, EVANGÉLICO, VICIADO.
A verdadeira cidadania é nos olharmos de uma forma linear, nos ajudando como uma sociedade madura a vencer as barreiras, para que possamos viver uma verdadeira INCLUSÃO SOCIAL.
21/09/14



sábado, 20 de setembro de 2014

...SIGA ESSES PASSOS E TORNE MAIS SEGUROS OUTROS PASSOS...

SE VOCÊ ANDAR COM UMA PESSOA CEGA, deixe  que ela segure em seu braço. Não
a empurre : pelo movimento do seu corpo , ela saberá  o que fazer.
SE VOCÊ ESTIVER FAZENDO UMA REFEIÇÃO AO LADO DE UMA PESSOA CEGA, pergunte se quer auxílio para cortar a carne, frango ou adoçar o café, e explique a posição dos alimentos no prato.
SE VOCÊ FOR AUXILIAR A PESSOA CEGA A ATRAVESSAR A RUA, pergunte-lhe se ela necessita de ajuda e, em caso positivo, atravesse-a em linha reta, senão ela poderá perder a orientação.
SE VOCÊ FOR AO ENCONTRO DE UM PESSOA CEGA, identifique-se sempre ao aproximar-se dela. Nunca empregue brincadeiras como: "adivinha quem é?"
SE VOCÊ FOR ORIENTAR UMA PESSOA CEGA SENTAR-SE, coloque a mão dela sobre o braço ou encosto da cadeira e ela será capaz de sentar-se com facilidade.
SE VOCÊ OBSERVAR NUMA PESSOA CEGA  ASPECTOS INADEQUADOS COM RELAÇÃO A SUA APARÊNCIA, (meias trocadas, roupas pelo avesso, zíper aberto, etc) não tenha receio em avisá-la. Fale discretamente.
SE VOCÊ CONVIVER COM UMA PESSOA CEGA, nunca deixe uma porta entreaberta. As portas devem estar totalmente abertas  ou completamente fechadas. Conserve os corredores livres de obstáculos. Avise-a se a mobília for mudada de lugar.
SE VOCÊ FOR INDICAR ALGUM LUGAR A UMA PESSOA CEGA, dê orientações de modo mais claro possível: diga direita ou esquerda, em frente ou atrás,  etc. Nunca use termos como: "ali", "lá", "acolá". etc.
SE VOCÊ FOR A UM LUGAR DESCONHECIDO PARA PARA A PESSOA CEGA, diga=lhe, muito discretamente, onde as coisas estão, distribuídas no ambiente e quais as pessoas  para conversar, de modo que se divirta tanto quanto você.
SE VOCÊ FOR FALAR COM UMA PESSOA CEGA, fale sempre diretamente e nunca por intermédio de seu companheiro. A pessoa cega pode ouvir tão bem  ou melhor que você. Não evite palavras  "ver", e "cego": use-as sem receios.
SE VOCÊ ESTIVER FALANDO COM PESSOA CEGA  E TIVER que, afastar-se, avise-a para que ela não fique falando sozinha.

 

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

ÁGUA E SABÃO

ÁGUA E SABÃO

Paulo Roberto Cândido

    Dia 5 de Outubro de 2014 será a data em que um Brasil enlameado, não
pelas chuvas em abundância ou pela parte honrada de um povo, mas por uma
classe política que ao que  parece,  possuem  poucos  representantes  com
pureza de caráter, segundo o que podemos suspeitar com tanto  noticiário
trazendo a corrupção em suas manchetes, terá a  grande  oportunidade  de
ser lavado com título, água e sabão.
    Milhões de brasileiros cadastrados pela Justiça eleitoral  e  tantos
outros castrados pela injustiça geral, irão ás urnas com língua, boca  e
coração sentindo o gosto  da  lama  que  escorre  do  Distrito  Federal,
Estadual e até Municipal, esperando fazer  a  limpeza  com  as  próprias
mãos. Coração de povo com vontade de ser consciente na hora do voto é  o
mais eficiente desinfetante que existe, sendo capaz de matar até os mais
microscópicos germes da mentira. Pena  que  grande  parte  da  população
eleitora do Brasil, ainda não conheça a força detergente do  seu  Título
de eleitor.
    Cada um vai procurar sua zona eleitoral com vontade ensaboada de que
o País passe para a zona do primeiro mundo. Quanta água será  necessária
para isso? Quanto sabão para limpar a área  do  subdesenvolvimento?  Não
sei; O que sei é que basta apenas um Título na minha mão,  outro  na  do
meu irmão, uma multiplicação de  títulos  na  região  e  uma  progressão
geométrica pela Nação e será possível começar o asseio ético e moral  na
nossa, atualmente suja, Pátria Partidária.
    Político no Brasil não é  bem  considerado,  apesar  de  termos  que
considerar que existem excelentes políticos no País, mas  eles  preferem
as boas energias  do  trabalho  honesto  no  anonimato,  às  energéticas
incursões da mídia sobre as trapaças desonestas, que tentaram  ficar  no
anonimato.  Os  primeiros  são  os   saponáceos,    os    segundo    são
consubstanciados da lama,  uns  merecem  o  nosso  Título  e  os  outros
precisam do nosso Título, água e sabão.

"Brasil, quero ordem e progresso e não à lama o teu regresso"

terça-feira, 16 de setembro de 2014

IMAGENS DA SECA


IMAGENS DA SECA

Uma ventania faz  redemoinhos
e folhas secas  são elevadas
para o alto.
O sol  esquenta a terra ressequida
onde se vê o solo  com rachaduras.
Parecem labirintos   onde o solo
tenta respirar.
Quem sabe?
Se refrigerar.
O céu está azul, sem nuvens.
Aqui acolá  uma árvore  com seus
galhos esquálidos,
abriga um pássaro que voa a
procura  de gravetos  para fazer
seu ninho.
Lá longe se escuta o mugir  do boi magro
sedento com seu passo mais lento que o
normal.
Do casebre sai  um casal que olham
para o céu afastando com as mãos  os
raios ardentes do sol.
Sentam num banco  onde a casa faz a
sombra.
Juntam as mãos  numa prece, numa
reza muda  de lábios ressequidos
pela seca.
Suspiram e,
esperam...
A CHUVA.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

ELEIÇÕES

ELEIÇÕES
Em todos os meios de comunicação que utilizamos agora o assunto persistente são as campanhas eleitorais.
As pesquisas a todo instante são divulgadas com os índices, inclusive se os candidatos chegarem a um segundo turno.
Vou abrir um parêntese para ressaltar algo que fico “matutando” como todo bom nordestino. Eu voto há mais ou menos trinta anos e NUNCA fui abordada quer na rua, trabalho, escola para qualquer tipo de pesquisa. Também nunca ouvi nenhum parente, aderente ou amigo dizer que tivesse sido arguido para alguma pesquisa de intenção de voto.
Voltando para o assunto eleição esse ano o negócio está pior que todas as épocas, são escândalos, fraudes, xingamentos levando os discursos ao baixo nível de expressões.

Sem contar as mentiras de candidatos que querem se reeleger e dão desculpas escabrosas quando são inquiridos sobre projetos que ficaram somente no papel e a verba destinada para o tal projeto desviada para o bolso de um assessor ou um “laranja”.
Na minha concepção ao ver esse tipo de coisa me vem os ensinamentos de um pai e uma mãe semianalfabetos que se afligiam no final do mês para pagar todas as contas rigorosamente em dia.
Eles passaram tanto para mim como para meus irmãos normas de ética, moral, boa conduta, respeito, honestidade.
O que será que leva um cidadão ao se eleger e ocupar um cargo público a ser conhecido e reconhecido por atuar em atos como: Mensalão.                                                                    Sendo julgados e condenados por um Supremo Tribunal por crimes de lavagem de dinheiro, corrupção.
Para completar a minha perplexidade vejo outro escândalo nas manchetes:  PETROBRÁS.
Outro fato que me causa espanto, nossa Presidenta Dilma Roussef, a maior autoridade pública do Brasil, ao sair para eventos como a Copa das Confederações, a Copa das Copas ou agora mesmo a um mês, no funeral de Eduardo Campos ser vaiada a plenos pulmões por cidadãos indignados.
Todos sabemos a origem pobre, operária do senhor Luiz Inácio Lula da Silva, ele mais do que ninguém sabe o dia-a-dia das pessoas desfavorecidas, então eu pergunto:  O que a ganância faz com o ser humano?
Será que esses senhores tem senso de hombridade para redigir e votar sobres leis como a maioridade penal? Esse cancro que existente no meio da política não é muito diferente das mazelas sociais que se alastra Brasil afora.
A corrupção política é crime, tão grave como um roubo, homicídio feito pelo menor, ou qualquer outra pessoa comum. Para o político se torna mais grave pois ele está usando um cargo que lhe foi confiado através de um voto.
Que exemplos de cidadania essas pessoas estão passando para as gerações futuras em se tratando de saber gerenciar o poder público sem se corromper, denegrindo não só seu nome como o de nossa Nação.
Acabei de ler numa apostilha de História que no governo de D. Pedro II houve uma fraude eleitoral que foi preciso anular as eleições.
Acorda Brasil! A desonestidade já vem dos séculos passados.
Vamos usar os mesmos meios de comunicações que eles usam para rejeitar esse abuso de poder. Não vote nulo ou em branco, pesquise, não vamos perder a esperança e nos deixar levar por discursos saturados e engessados em pacotes de ardis mentirosos e fraudulentos.
Fátima Silva
14/09/2014








sábado, 13 de setembro de 2014

Os Tristes Olhos Verdes

OS TRISTES OLHOS VERDES
O rosto redondo ressaltado por cabelos pretos torna a jovem muito bonita.
Tem uma boa estatura, talvez as medidas estejam acima dos padrões da moda. E por falar em moda, sua vestimenta também não seja um look que esteja nas passarelas.
As maçãs do  rosto são rosadas naturalmente, se chorar ou rir,  ficarão muito vermelhas.
Talvez esse aspecto rosado lhe traga um ar saudável.
Mais há algo naquele rosto que nos remete a pensar, refletir.
Os grandes olhos verdes.
Verdes como o mar e tão profundos como os oceanos.
Neles navegaram piratas, golfinhos, submarinos, tubarões...
Mar revolto de ondas gigantescas, marés baixas que quebram com uma  espuma tal qual  a orla de um  véu de noiva.
Rapidamente eles se enchem de lágrimas que deslizam por suas faces rosadas, tão livres como rios e molham sua blusa de marca desconhecida.
A alma rasgada pelo pranto traz soluços  numa enxurrada de palavras entrecortadas entre a razão e desvario de uma mãe.
Olhos verdes que se arregalaram ao sentir as dores de um
parto normal.
Lágrimas de alegria ao ver em seus braços seu filho recém nascido.
A partir daí sua vida foi transformada em momentos de alegrias, expectativas, ansiedades, medo.
Agora seus belos olhos verdes só choram de tristeza, de amargura ao sentir o cheiro forte do "baseado".
Mãe, de belos olhos verdes, que choram por um filho viciado.
Fátima Silva
11/09/14


MUDANÇA

MUDANÇA
As pedras do caminho luziam de tantas
caminhadas
procurando rumos de estradas, becos, vielas, avenidas.
A poeira sobre os móveis mostravam o descaso com os cômodos
tão conhecidos marcados por histórias tão antigas.
Sobre a colcha de retalhos o travesseiro dobrado ao meio
e a fronha encharcada de lágrimas que já não fazem sentido
chorar. Chorar por que mesmo? Ou por quem?
O calendário  na parede que  há anos não é trocado a folhinha,
onde se vê círculos em números que já foram datas importantes festivas outras tristes.
No armário de portas semi abertas roupas com modelos de épocas tão distantes e outras já tão surradas devido ao uso contínuo, que toma a forma do corpo.
Os sapatos  de solados gastos com restos de terra seca,
lama endurecida.
Das brechas das paredes algumas formigas fazem um caminho
em direção a um minúsculo pedaço de pão endurecido,
caido  embaixo de uma mesa de tábua sem brilho.
Ao redor vê-se cadeiras onde houve não sei que tempo,
rodas de amigos.
Amigos que riam alto e falavam em vozes estridentes histórias
pitorescas acompanhadas de piadas "apimentadas" ou cantavam canções melodiosas.
Sobre a mesa vários livros empilhados, há também papel, caneta e um bloco de anotações.
No bloco há algumas anotações e ao lado a palavra "MUDAR".
Está ao lado de vários itens.
O primeiro item está escrito em letras de forma e diz assim:
- CAMINHO.
Fátima Silva
11/09/14




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